Quando lembro de minhas aulas de filosofia na faculdade, vem a minha mente as imagens do meu Professor falando de Platão. Esse dividiu no seu pensamento a idéia de que na sociedade existem pessoas com talentos e habilidades diversas, mas que ele dividia em algumas categorias. Uns seriam guerreiros, outros produziriam e comercializariam e por aí em diante. Haveria segundo ele aqueles que se detêm ao Saber, a busca pelo conhecimento. Esses seriam os mais preciosos dos serres humanos. É pertinente observar que hoje além de uma elite econômica, temos em nossas sociedades a elite científica, acadêmica. Muita gente vive se entupindo de livros e buscando pós-graduações numa busca frenética por auto-aceitação, impor respeito aos meros possuidores do senso comum, criar uma barreira e ao mesmo tempo um altar, onde possam ser adorados por que são "doutores".
O Ego se insufla de uma maneira tão estúpida que eles chegam a contar uma piadinha infame, de que não importa o seu projeto, importa quem é o seu orientador, numa referência a um coelho que traz animais ferozes a uma toca e lá eles são devorados. Havia uma onça orientando o coelho. Os estudantes seriam os coelhos e os doutores a onça. Não é uma graça? Acho ridículo a luta dentro das universidades pra ver quem é mais ou menos marxista, quem é mais ou menos de esquerda, etc, etc... Pessoas que vivem desconectadas da realidade, no entanto, por que foram em algumas pesquisas na "comunidade" acham que sabem tudo sobre o povo. A sociedade é bem complexa e por mais teórico e abrangente que sejam os estudos dos gênios das ciências, a realidade é larga, vasta demais, para os donos do saber se apropriarem dela. Desprezam o conhecimento do dia a dia, desprezam, quem não vive no meio acadêmico, desprezam as opiniões simples. Eu não vou ficar aqui falando o nome dos figurões das ciências que eles citam, conheço um pouquinho da lógica academicista, e até conheço um pouco das teorias, isso não me empolga, não me seduz. As vezes o ambiente de pesquisa se torna um ambiente de guerrinhas e intrigas, de grupinhos, de alunos que são "encaminhados" por serem os "escolhidos" pelos doutores messiânicos.
Conheço caso real em que uma aluna que já tem mestrado na UFPE, por pouco não foi reprovada na seleção de doutorado pelo simples fato de ser uma policial civil. Uma "doutora" da banca achou que podia manchar o nome da UFPE ter uma policial com doutorado por esta universidade, já que ela pertencia a um órgão "repressor do Estado" e aquela área social não combinava com um(a) policial. Foi repreendida por outra da banca, que conhecia a história de luta da estudante, que saiu do sertão e hoje além de policial é professora, e mais, a sua atuação na polícia sempre foi pedagógica na busca do fortalecimento da cidadania das pessoas. Esse é um caso. Conheço muitos outros. Há bons pesquisadores e estudiosos, mas tem gente querendo manter apenas seu status.
Estudar é bom, mas buscar aceitação, de si mesmo ou dos outros por causa de um titulo, estou fora, minha alma gosta de aprender, mas as fontes do conhecimento não estão apenas nas faculdades. Voltar pra lá... Sim, talvez, mas minhas motivações e objetivos precisam estar definidos e ter valor minimamente nobre, começando com mudança interior além de ser solidário. A sabedoria dos homens é loucura para Deus, e a loucura de Deus é mais sábia do que a sabedoria humana. Prefiro seguir a Jesus e buscar sua vontade pra mim, se for para estudar, é para o propósito dele, se for para me gloriar, prá lá ele não me levará mais. A Glória é Dele, ó Sábio é Ele. A Ele pois o Louvor para Sempre, Aleluia!
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