Muito interessante o texto de Merval Pereira, que fala que quase tudo que o PT foi contra antes, quando era oposição ao governo federal de FHC agora é a favor. As contradições distorceram e deformaram a imagem lírica e platônica daquele PT que chegou a embalar boa parte do Brasil em 1989 com o "Lula lá". Hoje há um projeto que colocou suas unhas dentro da máquina pública pública e não vai sair tão fácil.
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Governo e País - Por Merval Pereira
quinta-feira, 9 de maio de 2013
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Dias de Seca: Lembranças de minha Avó e heroína Amara
O sofrimento do povo nordestino veio à tona com toda a força com a seca. Os políticos se aproveitam, cada um de seu modo, para tirar proveito da tragédia que dizimou rebanhos entre os estados nordestinos. Lembro de minha Avó Amara, que sempre me ensinou que a vida no interior era melhor que na cidade, embora eu nunca tenha entendido bem isso, ela queria voltar para o interior. Ela me dizia que eu precisava orar e ter fé, ela foi sempre muito forte. Com certeza ela estaria sofrendo ao ver tanta dor no sertão, embora ela fosse natural do Agreste, nascida em Altinho e criada em Cachoeirinha, próximo a Garanhuns. Minha mãe Ivonete estaria sofrendo se estivesse vendo a dor do flagelo da seca, com a inércia dos poderes públicos, aumentando a aflição dos sertanejos principalmente. Minha Avó gostava de cantar um corinho "eu sinto que alguém me ama, mas não vejo ninguém, só pode ser...Ele é Jesus" Gostava de Cantar "foi na Cruz foi na Cruz onde um dia eu vi meus pecados castigados em Jesus" nunca vou esquecer ela cantando. "sei que essa palavra é verdadeira, por isso espera a vida inteira" e outros hinos de Nélson Ned, Luiz de Carvalho... Minha Vó sempre fazia meu café da manhã e meu almoço, era quem cuidava de mim, ela esteve sempre do meu lado, sempre otimista. Se orgulhava que eu tocava na igreja, ficava olhando pra mim enquanto eu tocava, ela ficava sentadinha no banco, no final as irmãs iam falar com ela e diziam "seu neto é uma bênção dona Amara ele toca bem" é - ela respondia, ele é um menino abençoado. Ela orava todas as noites por toda a família, orava por mim, por isso tenha certeza que Deus está comigo, por que ele ouve a oração do justo, minha vó enfrentou as trevas comigo. Ela ficava brava com minha mãe as vezes, por causa de minha mãe dar "asa" a muita gente dentro de casa. Ela era durona. Mas era de um coração grande, sempre estendia a mão e não queria ver ninguém com fome. "coma, coma mesmo, eu gosto de quem come bem" dizia ela pra quem chegasse em nossa casa. Ela gostava de fazer arroz carioca, uma delícia, só ela fazia daquele jeito. Era torcedora do Santa Cruz, "eu sou do santa" dizia, mas não gostava quando o santa só ganhava do Náutico. As vezes a gente ficava triste (eu e minha mãe) e ficávamos em dúvida se íamos para o campo, aí minha mãe Ivonete, perguntava "mãe, gente deve ir pro campo hoje? é contra seu santa, mãe? e Dona Amara com aquele olhar doce dizia: "pode ir que o Náutico ganha hoje" e agente ia e o Náutico vencia e ela ficava alegre conosco. Minha segunda mãe, tão generosa, era também rigorosa contra o erro. Um dia minha tia Onorina foi lhe dizer um gracinha e ela pegou um banco de madeira maciça e deu-lhe uma juntada na moleira, que Paulo, meu padrasto pai de Éder se atravessou na frente e o banco pegou primeiro na cabeça dele depois na cabeça dela e os dois ficaram com "galo". Tantas histórias, tantas lembranças, de uma mulher do interior que mostrou como viver com esperança, fé e amor.
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